terça-feira, setembro 30, 2008

Às vezes é tão verdade...



A assinatura

Às vezes, na pausa do cigarro, da varanda altaneia do departamento criativo vislumbro algumas pérolas da publicidade.

Numa carrinha mal decorada e com logótipo deslavado, lá ia a assinatura "Olindo Costa. A qualidade num só nome." alegremente colada a vinil de segunda categoria.

A assinatura serve para enaltecer o produto, que neste caso, é o Olindo Costa. O que ele faz, não sei. Mas sei que tem qualidade. E num só nome. Agora falta-me descobrir em qual. No Olindo? Ou no Costa?


A título de parêntesis, seguia uma carrinha de um vinho de mesa na VCI, no mês passado, à minha frente. Quando parados no trânsito, olho a traseira, dizia assim "Vinho é Conosco.". Ora, qualquer pessoa pensaria: "Que nome tão esquisito para vinho." Mas não, Vinhos era mesmo com Eles. Já não faltava o Conosco em maiúscula, como ainda o erro ortográfico, deixando cair o "n" de Connosco. Serão adeptos do novo acordo ortográfico português?Humm....

Saudações!

segunda-feira, setembro 29, 2008

Antes que o antes se torne em depois...

deixa-me escrever muitas vezes:

faCto, faCto, faCto, faCto, faCto, faCto, faCto, faCto...
ACção, ACção, ACção, ACção, ACção, ACção, ACção...

E depois? Vão fazer-me uma esperinha, vão?
Não concordo e pronto! É um FaCto!

Horrô!

Desprezo p'lo copy

Se reagem como eu aos erros, gralhas e outros atentados dirigidos à mui nobre língua portuguesa, já devem ter ido aos arames à pala disto.

Pois é. Era uma questão de tempo até uma coisa destas acontecer. Todos nós já vimos uma pequena gralha em imprensas, um duplo espaço, uma pequena dislexia, nada de muito grave. Aquilo que eu pensava que os meus olhos nunca iriam ver, acabaram por ver este fim de semana.
Uma gralha num anúncio de tv. Não, não é grave. A marca até nem merece tanta atenção e o texto até nem está muito grande. Além disso, só nós, copywriters, é que lemos tudo o que está escrito nos anúncios, não é?

Acredito que a culpa nem seja do redactor porque, às tantas, aquilo nem lhe passou pelas mãos. Nem mesmo depois de estar pronto para seguir para os meios. É pena. É pena que o copy seja tão desprezado, tão dispensado, nos dias que correm. Quer-me cá parecer que cada vez vamos ver mais disto. E para a próxima que eles me tentarem empandeirar uma máquina fotográfica, que sejam objectivos e não escrevam "objectica" xpto.
Combinado?

quinta-feira, setembro 25, 2008

Copy no campo.

Estava agora a pensar se existirá a profissão de copywriter em Vila Real de Trás-os-Montes...

Belo Serviço #3 (mas este merece prémio)

Aqui está a prova provada de que, na verdade, NINGUÉM, nem mesmo
o cliente, lê o body copy.

Desenterrei este post de um outro bloguito meu, porque preciso mesmo da opinião dos colegas. Talvez seja a minha mente perversa, talvez seja mesmo só eu, mas se isto não tem outras leituras que não a vinícola, pois, então, não sei...
Faz dois anos, o anúncio esteve em mupis. Achei a campanha de gosto duvidoso, mesmo sem provar da dita pomada, mas depois deparei-me com o mesmo na imprensa e atentei no copy...
Não digo mais nada. Passo a transcrever o dito.


"O enólogo começa por apreciar a sua cor rubi, depois sente o seu carácter intenso, com notas de fruta madura, compota e esteva; finalmente, na boca, é com prazer que verifica que é macio, redondo, com taninos suaves, finalizando longo e frutado. O enólogo pousa o copo e sorri.
O apreciador sente tudo isso, levanta o segundo copo e decreta: pomada."

(deve ter levado uma dentada)
Se este trabalho for de algum dos colegas postantes ou leitores, pois que não é nada de pessoal, mas imagino que este trabalho tenha uma bela história por trás e que vale a pena ser contada...
:)

Belo Serviço #2

Precisada que estava, comprei uma varinha mágica nos indianos do Martim Moniz. Quando tentei ler as instruções, percebi que o pequeno doméstico de mão vinha com brinde. E era de partir o côco. Lindo!!

Belo Serviço #1


Digam lá que não se sentem tentados a ir lá cortar o cabelo. Tanta dedicação ao "Amigo Cliente" merece ser retríbuída, pelo menos, com um aparar das pontas. A viagem valerá sempre a pena.
O Sr. Bonito está lá todos os dias e só de lá sai para ir ao cabrito(!?).

Starbucks sem agência?

A Starbucks e a agência Wieden + Kennedy terminaram assim o contrato de quatro anos que incluía a conta de publicidade. (...) Dan Wieden, director executivo da agência, acrescenta que “Há momentos em que simplesmente faz mais sentido já não acompanhar um cliente”.

Dan, caro amigo, como eu te percebo. Tenho por cá um desses clientes que simplesmente nunca fez e nunca vai fazer sentido acompanhá-lo. Isto até porque, ele mesmo não se sabe acompanhar. Reprova campanhas e manda fazer as dele, e depois reprova as suas próprias campanhas. É mais um cliente hilariante do que fascinante! Mas se quiseres, Dan, podemos trocar! Tu ficas com a ... e eu com a Starbucks (ou Starfucks, como carinhosamente alguns de nós lhe chamamos).

Yours Truly,
Bodycopy Jeitosinha.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Dia-a-dia 1

- Desculpa. Mas podias mudar esta vírgula e em vez do "Experimenta" pôr "Venha conhecer"? E que tal retirar esta frase do fim e pô-la no início? Não ficava muito mais giro????!!! (gritinhos de paquete de luxo a.k.a account). E depois até podíamos mudar o headline para algo mais fun, cool, dinâmico...tipo, uh, não sei... Pronto. Não mudas o headline, mas mudas o sub-headline. Retiras o sub-headline, pões no fim do bodycopy e a frase que estava no fim do bodycopy passa para sub-headline. Fixe, não é?
- Não. (Humpf!)
- Pois! Mas vais ter que mudar, porque já disse ao cliente que ficava muito melhor assim.
- OK! (Humpf!) Vou fumar um cigarro e já te faço isso...
- Dás-me um e assim vamos as duas? (ieeeeeiiiiiii)
(dasssssssssssss....)

terça-feira, setembro 23, 2008

Constatação de um facto.

As pessoas mais inteligentes, mais interessantes, mais conversadoras e que mais me animam o intelecto, espevitam o bom humor e alimentam o espírito são... copys.

ok... talvez haja um ou dois DA's também, mas esses são mais difíceis. ;)

Uma prenda.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Room-mate precisa-se.

Gosto de ter ideias. Gosto de ter muitas ideias, ideias em catadupa, ideias umas a seguir às outras e ideias que se complementam, se ajudam, se fazem crescer, e até mesmo ideias que se abandonam. Olho para os meus rabiscos e imagino grandes campanhas, ou giríssimos DMs, e lamento não ter tirado Design para poder concretizá-las eu mesma. Mas depois penso que os DAs — os bons, aqueles que são mesmo raros — podem fazer mais pelas minhas ideias do que alguma vez eu conseguiria. Porque os bons DAs, aqueles que pensam, que lêem e que também escrevem, aqueles que não têm medo dos copys, e até entendem os meus rabiscos e desenhinhos e que rabiscam em cima até, esses trazem uma dimensão inteiramente nova a toda a ideia que eu possa ter. E também têm ideias, ideias às quais eu posso sempre acrescentar alguma coisa, ou talvez não e simplesmente babar-me porque é um trabalho (como alguém dizia) mesmo inteligente.
Ao contrário do que se possa pensar, eu gosto de DAs, mas só gosto dos bons (temos pena, mas não temos paciência para menos do que isso). E gosto quase tanto de bons DAs quanto gosto de boas ideias, ideias inteligentes, sejam minhas ou d'outrém, e de assistir à sua brilhante execução.
Eu gosto de bons DAs, mas esses não moram aqui.